Meninas e mulheres em situação de vulnerabilidade da cidade mineira de Paracatu estão tendo as primeiras aulas do programa Empodera de igualdade de gênero e qualificação audiovisual. Concebido pela organização social carioca Instituto Incluir e patrocinado pela Kinross, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, o Empodera está alinhado ao ODS 5 (igualdade de gênero) da ONU.
Selecionadas pela Secretaria Municipal de Cidadania e Habitação, no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), as cursistas aprendem em aulas práticas presenciais e em vídeos pré-gravados técnicas de filmagem, produção de conteúdo e edição no telefone celular.
O objetivo é que se tornem aptas a contar em vídeo suas histórias de vida bem como a impulsionar seus pequenos negócios.
Premiado pela UNESCO e governo da China com o Confúcio de Alfabetização, por conta do projeto Literatura Acessível, o Incluir beneficia milhares de jovens e adultos com e sem deficiência com iniciativas que estimulam a transformação social e promovem a inclusão e a pluralidade, visando a construir uma sociedade mais justa.
Fundadora e presidente do Incluir, a doutora em Educação, psicóloga e escritora Carina Alves conta sobre o que embasou a decisão da osc de criar o Empodera “O IBGE registra mais de 11 milhões de mães solo no Brasil. Grande parte das famílias é chefiada por mulheres, maioria no país, e há evidente carência de formação e entrada no mercado de trabalho. Vemos, ainda, a potência de expressão feminina nas artes brasileiras, ainda que com uma carência de espaços de visibilidade. A soma destes fatores nos levou a criar o Empodera”.
Segundo a Gerente de Comunicação da Kinross, Luana Santana Gomes, a multinacional decidiu apoiar o projeto.
“Diante dos desafios de inclusão e equidade, este projeto estimula o empoderamento feminino por meio de capacitação e de conhecimento. Em alinhamento com nossas ações internas, estamos levando para a comunidade o entendimento de que uma sociedade mais justa e igualitária passa obrigatoriamente pela valorização da mulher no mercado de trabalho. Esperamos que, ao participar do Empodera, as moradoras de Paracatu vislumbrem um novo horizonte de carreira e desenvolvimento”, diz Luana.
Desdobramentos
Ministram o curso equipes de facilitadores locais treinados pelo time do Incluir. Além do produto principal do Empodera, o ciclo de formação presencial na área audiovisual, o programa gerará outros produtos culturais: a produção de um EP e videoclipes da cantora carioca Tay, que aborda em sua obra temáticas de empoderamento feminino; um espetáculo presencial de música, no Rio de Janeiro; e a exposição fotográfica “Maternidade na diversidade” – na qual o fotógrafo Jayme Rocha retratará mães de filhos com deficiência que participam de outros projetos do Incluir.
Está prevista ainda a impressão de 2000 unidades, com tiragem em braile, do livro escrito por Carina Alves a partir de depoimentos de mães e mulheres PCD ou cuidadoras de filhos com deficiência.